Mulher um elogio à vida!

Mulher um elogio à vida!

8 mar 2022 admin

A comemoração do dia Internacional da Mulher foi oficializada em 1921, mas o marco oficial para a escolha da data em 08 de março foi uma manifestação das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho. O ano era 1917 e foi fortemente marcado pelo ciclo revolucionário que derrubou a monarquia czarista. Esse protesto, que contou com mais de 90 mail russas, ocorreu durante a primeira guerra mundial e ficou conhecido como “Pão e Paz”.

Mulher coragem, mulher de luta, mulher sonho, mulher mãe, mulher vida, mulher do tempo, mulher de luz, mulher do sopro divino, mulher do esperançar dias melhores, uma luta de resistência e força para alcançarmos um lugar de cuidado e respeito. Somos seres de emoção, de desejo, da vida que pulsa de dentro para fora. G-ESTAR! Ato divino que transcende na renúncia de nós mesmas, para gerar a vida e entregar ao mundo um coração que bate fora do peito.

Somos seres de amor, de encontro e de abraço profundo. A psicanálise é convocada para explicar a importância do amor para uma mulher, numa forma consoante com o discurso dos nossos tempos – ao longo de sua obra foi formulada uma pergunta – “afinal, o que quer a mulher”?

Se buscarmos de forma poética, uma possível resposta nas palavras da escritora Simone Beauvoir iniciamos uma reflexão sobre nós mesmas “enquanto que ELA ama, que ELA for amada e necessária ao amado, ELA se sente justificada.” Amamos para não adoecer, o amor é o remédio mais vital e, acredite, você será o seu maior milagre. Além do amor, entre o desejo e a espera a FÉ. Ela nos movimenta, nos lança para frente com otimismo e esperança de dias melhores.

Faça mais por você

As relações humanas começam no olhar. No dar e no receber. Como você está se cuidando? Quando você olha no espelho, gosta do seu reflexo? Se fosse para te definir em uma palavra, qual seria? Quais os ciclos que você precisa encerrar para conseguir retomar a sua essência? O que você deixou de ser ao longo da sua trajetória, do seu caminhar? Quais são as relações afetivas que te deixam agitada?  Quais são os seus sonhos? Desejos mais profundos?

Quando uma mulher vive de verdade o amor-próprio e expande sua autoconsciência, liberta a próxima geração, outras vivem também.  São exemplos de vida umas para as outras. E resgatam, reforçam a apropriação do sentimento de fonte que é natural ao feminino. A força emerge numa corrente de elos solidários e empáticos.

Reconhecer a sua história

É o primeiro passo para a mudança. Cada história de vida é um desdobramento. O primeiro capítulo você não teve acesso, foi inscrito e inaugurado por seus pais, em especial, por uma mulher que se tornou mãe a partir do seu nascimento. O delicioso nesse processo evolutivo é que somos as protagonistas para os próximos capítulos, mesmo sem saber muito bem para onde, ao desconhecido que nos habita e que nos impulsiona a seguir.

O trilhar dos dias passa por autoconhecimento, autocuidado e culmina no alterconhecimento, que vai em direção ao amparo alheio. Porque a mulher é afeto e humanidade, em especial, quando ela se percebe ativa e protagonista em sua vida. Mulher é casa. Lar.

Coragem não é ausência de medo

O tempo urge, precisamos fazer escolhas e abrir mão do que não cabe mais no nosso existir. Uma mulher tem medo mesmo é do não viver. É necessário nos posicionarmos diante de nós mesmas, de relações que nos machucam, de aprender a dizer não, sem o medo da rejeição. Sofremos tanto com o medo do desamor, da solidão, da não aprovação do Outro que ficamos paralisadas repetindo os mesmos padrões destrutivos. Clarice Lispector precisa ser mais lembrada ao incentivar as mulheres a ter medos bobos e coragens absurdas.

Coragem, para silenciar, respirar e escutar a si própria. Onde exatamente a mulher se encontra? Fica o convite à reflexão.

 

Aline Helena

Mãe, educadora, psicóloga, mediadora na relação estabelecida entre o SER humano e o conhecimento, além de livre pensadora. Pesquisadora do conceito de Inteligência Emocional pela The School of Life, Especialista em Psicologia Médica pela UFMG e MBA em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP).

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